sexta-feira, 8 de julho de 2011

Vereador Moisés Rocha (PT) representou a Câmara Municipal de Salvador na sessão especial do Senado em homenagem ao Dois de Julho

A data mais importante do calendário cívico baiano – 02 de julho, dia da independência da Bahia - foi reverenciada na tarde da última terça-feira (05), em sessão especial no plenário do Senado, em Brasília. A sessão, requerida pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA) e subscrita pelos senadores Walter Pinheiro (PT-BA) e João Durval (PDT-BA), contou com a presença do governador e vice-governador do estado da Bahia, Jaques Wagner e Otto Alencar; dos ministros baianos Mario Negromonte (Cidades) e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário); secretários estaduais; deputados baianos, além de representantes de instituições ligadas aos movimentos sociais. Representando a Câmara Municipal de Salvador, o vereador Moisés Rocha (PT) esteve presente na homenagem.

“A sessão foi uma importante iniciativa para que possamos reconhecer a data que é referência para o povo baiano como uma data de prestígio nacional. Dada a sua importância, esta data magna deve voltar a nomear o nosso aeroporto. Ela não pode ser substituida por qualquer outra homenagem”, considerou o vereador Moisés Rocha. Ele destacou, também, os herois e heroinas negros que enfrentaram os portugueses e que são esquecidos na história oficial. “É preciso reforçar a participação dos negros e afro-descendentes na luta pela independência da Bahia. Nomes como Maria Felipa que tiveram decisiva participação no levante não podem ser esquecidos”, destacou o vereador. 

Na ocasião, parlamentares propuseram que no Dois de Julho, a capital do Brasil seja anualmente transferida simbolicamente para Salvador, entrando assim para o calendário da história nacional. A senadora Lídice da Mata defendeu, também, que o aeroporto de Salvador volte a se chamar 2 de Julho. O aeroporto teve seu nome mudado para Luís Eduardo Magalhães, em homenagem ao deputado federal baiano falecido em 1998. O deputado federal Luiz Alberto (PT) é autor de projeto de lei (6106), que tramita desde 2002 na Câmara Federal e restabelece a antiga denominação do aeroporto, de Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães para Dois de Julho.

Samba Junino: Patrimônio Cultural de Salvador




O arcabouço cultural produzido por aquilo que hoje se conhece como “samba” consolidou-se no transcorrer da história brasileira como um dos mais importantes patrimônios imateriais oferecidos pelo povo negro do Brasil para o mundo. Esta música-dança de origem africana ressignificada pelo processo de resistência do povo negro no Brasil é mundialmente conhecida como uma das mais fortes expressões da cultura afro-brasileira e, irrefutavelmente, um símbolo apropriado pela cultura nacional deste país.

Ainda que se afirme a influência diversa no processo de desenvolvimento do samba em todo território brasileiro, não se pode negar a contribuição particular da cultura negra da Bahia neste processo. Foi a partir da influência do "samba" de Angola - ressignificado na Bahia - e de ritmos como a umbigada, o 
maxixe e o lundu que este símbolo da cultura nacional se desenvolveu e se espalhou pelo resto do país. No entanto, é importante entender que esta ressignificação do samba e dos segmentos sócio-culturais que o fazem na Bahia não se restringe a um passado distante. O samba da Bahia cria e recria continuamente tendências que ressignificam o samba no Brasil. Exemplo deste fluxo cíclico de criatividade do samba baiano é o movimento conhecido como Samba Junino.

Produto de algumas modificações consolidadas no samba a partir da década de 1970, o movimento de samba junino tem sua gênese nas festas realizadas em alguns terreiros de candomblé da Bahia que tinham no samba uma das suas principais atrações. A extensão profana destas festas deu um caráter itinerante e introduziram nas comunidades da periferia soteropolitana uma nova dinâmica as festas juninas. Hoje grupos como Samba Natureza, Vai Quem Quer, Prego Duro, Samba Elite, Arte de Negro, Samba de Cozinha, Os Negões, Samba de Roda Urbano, Samba Tororó, Fogueirão, Viola de Doze, Forroxé, Samba Criolo, Negros d’fé, Samba da Ladeira, Sambrasil e tantos outros enaltecem as inúmeras expressões deste movimento e abrilhantam as festas juninas nas comunidades de periferia de Salvador.


Artigo publicado no Jornal A TARDE, no dia 25 de junho de 2011, na editoria Opinião.