quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Petrobras: planejamento estratégico e ambiência



O maior orgulho do povo brasileiro; o sonho da maioria dos trabalhadores que querem ingressar no mercado de trabalho; a maior empresa do Brasil e de petróleo da América Latina; uma das campeãs de lucro liquido em patrimônio e detentora do maior EBTIDA (sigla inglesa que indica os lucros de uma empresa antes de descontar juros, impostos, depreciação e amortização), ocupando o 4º lugar entre as empresas mais respeitadas do mundo e 2ª maior petrolífera de capital aberto e 3ª maior empresa de energia do mundo,  sendo referência em produção em águas profundas. Sim, estamos falando da Petrobras. Empresa que foi e é fruto do suor e sangue de muitos brasileiros e brasileiras que confiaram na capacidade e na existência de petróleo no país, na sua viabilidade e na luta contra a privatização. Hoje robusta e fortalecida, a Petrobras apresentou no último dia 29 de agosto, em Salvador, seu planejamento estratégico “Plano de Negócios 2011-2015”. Os números são gigantescos: até 2015, serão investidos R$ 389 bilhões no Brasil, expectativa de produção de 6 milhões e 400 mil barris de petróleo e exportação de mais de 3 milhões de barris até 2020. No Nordeste serão mais de 47 bilhões de dólares em investimentos, sendo 9,2 bilhões na Bahia. Estes algarismos ambiciosos e grandiosos da Petrobras, que tem como slogan “O desafio é a nossa energia”, tornarão o Brasil um dos maiores exportadores de petróleo do mundo.
Continuamos  acreditando, contribuindo, lutando e torcendo pelo sucesso da Petrobras, do Brasil e de seu povo, porém, não podemos nos furtar a cobrar mudanças em outros números. Hoje, para cada trabalhador direto (61 mil) a Petrobras possui três terceirizados (180 mil), que exercem funções em condições nem sempre adequadas e com direitos trabalhistas desrespeitados e negligenciados. Em 16 anos, foram mais de 300 mortes em acidentes de trabalho, uma média de 19 mortes por ano. Somente em 2011, já são 11 famílias que perderam um ente querido. Além disso, a política salarial quando comparada com outras empresas de petróleo de nível equivalente ao da Petrobras é extremamente defasado, percebe-se pouca transparência na política de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS). Portanto, queremos cobrar da direção da Petrobras maior investimento em seu  maior patrimônio: sua força de trabalho – seus funcionários diretos e indiretos; tratamento adequado para os aposentados que deram parte de sua vida para  tornar a Petrobras mundialmente conhecida; diminuição do número de terceirizados, através da realização de concursos e a criação de uma política salarial condizente com a atual realidade e os números apresentados pela empresa, que tem vistos muitos dos seus melhores quadros saírem da empresa assediados por propostas e condições de trabalho melhores.
Queremos, principalmente, a abertura da caixa selada dos investimentos em SMS,  valorizando a vida humana, pois não há lucro que pague uma vida, nem a dor da perda de um ente querido. Precisamos de maior abertura para participação dos trabalhadores, das CIPAS (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), dos Sindicatos e da Federação no planejamento de segurança da Petrobras. A probabilidade do valor que é investido nesse setor ser insuficiente é muito grande, porém, o importante é ouvir os trabalhadores que estão nos campos e nas fábricas para termos um retorno mais positivo e uma  política  mais eficiente.  Como diz  meu amigo Jeremias  Batista: “É preciso preservar o Meio Ambiente, sem esquecer o Ambiente do Meio”. Dessa forma, a categoria conclama: queremos investimentos e crescimento, mas exigimos qualidade de vida. Petrobras patrimônio do povo brasileiro!   

Vereador Moisés Rocha (PT), Técnico de Manutenção da Petrobras



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